Nas ilhas o sabor do tempo é retumbante.
As escarpas, o silêncio profundo
vulcões adormecidos
gritos embrulhados no vento
tantas vezes reclamados pelas ondas do mar.
Tão poucos e o medo de serem quase nenhuns
dão a face pela desumanização
como se esquecessem os princípios
como se o silêncio absolvesse
aos que ferem
quem nada tem - quem nada pode.
Sorrisos desamparados, braços estendidos
como cascatas diretas ao oceano.
Por falso compromisso, compromete quem sabe amar,
em nome de um Deus que não é de todos.
Não é falta de fé, é falta de carácter.
Gritos embrulhados no vento,
abuso de quem nada tem – de quem nada pode.
São esses que não me saem do pensamento.

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