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MEDO

As águas profundas são agora a minha morada.

Não mergulhei. Deixei - me levar pelas mãos feitas de água e pela força do medo.

Está escuro e frio. O silêncio é tão profundo que magoa.

Sinto a força da água criada por corpos estranhos que se aproximam e que me chamam de olhos brilhantes e dentes finos.

Por vezes subo até à ponta de um anzol mas não mordo. Não quero voltar à luz do dia porque a luz cega-me e o sal já me absorveu as lágrimas todas.

Mergulho e deixo-me ficar na sombra do pensamento.

Aqui todos os sentimentos são puros, o medo é estrela a cintilar.



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