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A vida é um ciclo de braços abertos a olhar o céu

O caminho de areia é agora a minha estrada

Da vida que vai continuando no sentido errado

Falta-me o doce dos bagos e a frescura da manhã

Ou a sede de uma madrugada perto de ti

(Deixa-me beber a água dos teus olhos)


As folhas vão secando e ganhando rugas

Tal como a minha pele e o meu abraço

Falta-me o aroma do mosto e o cantar das vindimadeiras

Ou o calor do teu colo quando o sol nos nasce

(Deixa-me aninhar no teu regaço)


Esqueci-me naquele poema onde me amavas

E deixei-me ficar nesse tempo pensando que voltavas

Mas outras palavras floriram nas tuas mãos

E fiquei apenas num pensamento ou memória passada

(Deixa-me ser frase da tua folha branca e reinventa-me)


As videiras vão agora adormecendo, morrendo no tempo frio

Encontrando mais tarde um novo recomeço

Falta-me o embriagar da fermentação e o esquecimento dos dias

Ou a certeza no teu sorriso quando dizias que me amavas

(Deixa-me renascer no teu poema e amar-te mais uma vez)


A vida é um ciclo de braços abertos a olhar o céu



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