É no respirar que nasce o amanhã. É no caminhar que cresce o futuro enquanto o poema espera, vazio.
O sonho era correrem rios de tinta e pensamentos abraçados à lua.
Mas, no bordado do olhar esmorece a imagem. No espaço entre os lábios fica a palavra.
Nas mãos desmaiam os versos e as páginas em branco morrem amarrotadas no chão.
No rescaldo dos dias
cruzam-se caminhos e salvam-se os dedos. De sorriso em sorriso vão-se construindo pontes e voando sobre elas com o pensamento envergonhado do dia.
Já nada me espanta na madrugada. Já conheço todos os finais de romances escritos.
Agora e porque a noite é lua cheia transbordam-me poemas do peito e volto a respirar poesia.
Vanda Paz
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