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À Poesia

Gosto de saber-te caminhar pelas frases que inventas. A palavra é a boca que me chama pelo nome. E eu volto, volto sempre aos beirais das janelas das ruas por onde passas. As casas estreitas da nossa Lisboa estendem flores que se despem das cores aos poetas, que escrevem nas escadarias de calçada.

Sente-se o Tejo a cada esquina pelo aroma a vida, dos navios atracados no porto. Também tu foste marinheiro do meu corpo. No tempo em que as marés lambiam a areia da praia. Recordo o poema como gaivota livre a beijar o céu, o limite de todo o amor. Recordo as mãos ansiosas de moldar sentimentos pelo branco frio das folhas de papel. Fui mãe de tantas personagens que cresceram e fizeram-se à vida que eu lhes prometi. A escrita não me morre enquanto tu viveres no meu peito.



Grândola, 21 de Janeiro 2021

Vanda Paz






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